domingo, 18 de julho de 2021

Casa BRM / Biselli Katchborian Arquitetos, CURITIBA, Paraná

O terreno apresenta declive acentuado em direção à privilegiada vista de um bosque. A inclinação do solo sugeriu uma organização vertical do programa solicitado. O térreo – a entrada da residência, meio nível elevado em relação à cota da rua – é o andar intermediário da construção. O pavimento inferior abriga a área social, o bloco de serviços e a suíte principal. O pavimento superior abriga os dormitórios dos filhos.
A volumetria é resultado do arranjo desse programa em dois blocos de proporções e características estruturais distintas. O volume alongado que abriga o maior número de quartos é caracterizado pela estrutura em concreto armado aparente e generosos balanços de 7,5m.
O bloco inferior, de proporção mais quadrada, é setorizado a partir da circulação vertical. A suíte master – voltada para o bosque à noroeste – e as áreas de serviços se situam ao sul da escada e têm sua estrutura em concreto armado aparente. A sala de pé direito duplo é caracterizada pela estrutura metálica e pelas suas vedações em painéis de zinco e grandes planos de vidro que oferecem a possibilidade de integração da área social com o terraço.
O desenho da planta, bem como das fachadas e seções procuram, nesse sentido, encontrar uma solução limpa, delicada e marcante.


















Edifício Azara 891 / Centro Cero + Pablo Pugliese, LOMAS DE ZAMORA, ARGENTINA

O Edifício Azara 891 é um conjunto habitacional de baixa densidade, implantado em um terreno entre dois lotes já construídos, em Lomas de Zamora, ao sul da Grande Buenos Aires. Em um lote de dimensões limitadas (8,66m x 19,52m) e sem construções anteriores, uma importante demanda era proteger um grande abacateiro existente.
São então definidas duas unidades por pavimento, que ocupam toda a largura do lote, tanto na frente, quanto ao fundo. As unidades são separadas pelo Patio de la Palta e pelo núcleo vertical de circulação. Este arranjo permite múltiplas continuidades visuais, além de garantir ventilação e iluminação cruzada.
O térreo é liberado na fachada frontal para entrada de pedestres e garagens, e é rematado com uma unidade nos fundos, que ganha um quintal próprio. O núcleo de circulação e as entradas dão-se em relação ao pulmão do edifício, o gerador de encontros entre vizinhos. O terceiro e último nível permite que cada unidade tenha o seu terraço individual com churrasqueira, como uma reformulação do seu próprio pátio em altura.
Os apartamentos que olham para a rua recebem mais luz e uma maior percepção de amplitude, enquanto os que estão aos fundos desfrutam de uma maior tranquilidade. O concreto aparente, os grandes painéis de vidro de ponta a ponta, as paredes brancas texturizadas e os espaços que vão receber vegetação, conferem ao conjunto uma estética contemporânea e despojada. A porta de chapa metálica microperfurada amarela ilumina e se destaca pela contradição, proporcionando privacidade, e ao mesmo tempo permeabilidade visual dependendo da hora do dia. A continuidade material do pavimento da calçada, dissolve os limites reforçando a ideia de prolongar o público sobre o privado, melhorando a experiência peatoal do bairro.















Fotografías: Javier Agustín Rojas

quinta-feira, 15 de julho de 2021

Pavilhão The Arc na Green School / IBUKU, INDONÉSIA


Uma estrutura sem precedentes

IBUKU foi pioneira em um novo vocabulário de projeto, fazendo nossas próprias regras ao longo do caminho e oferecendo novas soluções para o mundo através de nossa jornada. Hoje, oferecemos mais uma solução de design, uma estrutura inédita que não é apenas uma peça de arquitetura de bambu, mas servirá como referência em estruturas leves como um todo.
The Arc é o mais novo volume do campus da mundialmente famosa Green School em Bali, Indonésia. A escola tem uma história de 12 anos rompendo fronteiras e expandindo horizontes e esta instalação é a mais nova referência nessa história, elevando o padrão da educação sustentável em todo o mundo. Como primeiro volume desse gênero já feito, a estrutura é construída a partir de uma série de arcos de bambu de 14 metros de altura que se cruzam, medindo 19 metros, interconectados por grades anticlásticas que derivam sua força de curvas em duas direções opostas.
The Arc é uma façanha de engenharia; exigiu meses de pesquisa, desenvolvimento e ajuste fino de detalhes feitos sob medida. O resultado é um design refinado com beleza incomparável, que é uma prova do compromisso da Ibuku, em expandir horizontes em arquitetura e design.


"A estrutura concebida para The Arc é totalmente sem precedentes. Embarcar em um projeto nunca antes executado exigiu alguma coragem e otimismo. Fomos criativos e teimosos o suficiente para pesquisar e desenvolver as respostas necessárias para o sucesso do projeto."

Rowland Sauls, Diretor de Projeto, IBUKU


Inspirado pela Natureza

Ele emprega uma das maiores estratégias da natureza para a criação de grandes espaços com estrutura mínima. Dentro de uma caixa torácica humana, uma série de costelas trabalhando em compressão são mantidas no lugar por uma camada flexível tensionada de músculo e pele. Isso cria um invólucro fino, mas forte para os pulmões. No caso do The Arc, os arcos que trabalham em compressão são mantidos no lugar por grades anticlásticas tensionadas. Esses elementos parecem drapejar através dos espaços entre arcos impossivelmente finos que se elevam no alto, conferindo intimidade e beleza ao espaço. Embora pareçam pendurados nos arcos, eles realmente os sustentam.
A orquestração contra-intuitiva da geometria leva a estrutura a um estado de equilíbrio, o que significa uma necessidade drasticamente reduzida de material estrutural. Isso também significa um volume interno sem precedentes com uma estrutura incrivelmente fina e sem nenhuma treliça.