quarta-feira, 28 de abril de 2010
Parques Urbanos : Pulmões Verdes das Cidades
Foto: Parque da Redenção - Porto Alegre / RS
Texto: Marlem Vilela
No final do século XVIII, na Inglaterra, o parque surge como fato urbano relevante e tem seu pleno desenvolvimento no século seguinte, com ênfase maior na reformulação de Haussmann em Paris, e o Movimento dos Parques Americanos- o Park Moviment liderado por Frederick Law Olmstead e seus trabalhos em New York, Chicago e Boston. No século XIX surgiram os grandes jardins contemplativos, os parques de paisagem, os parkways, os parques de vizinhança americanos e os parques franceses formais e monumentais.
O parque, nesse período, preocupa-se com as demandas de equipamentos para recreação e lazer, a necessidade de expansão urbana, o novo ritmo de trabalho, além da necessidade de criação de espaços amenizadores da estrutura urbana, bastante adensadas, com funções de " pulmões verdes", saneadoras, representando oásis de ar puro, de contemplação, estimulando a imaginação. Os modelos paisagísticos dos parques ingleses do século XVIII transformaram-se em fontes de inspiração para o parque urbano deste período.
A pesquisa sobre o desenvolvimento dos parques urbanos europeus e americanos esclarece como as várias concepções de parque foram se modificando de acordo com a época, influenciados tanto por características sócio- econômicas quanto culturais das populações e em parte pela localização nos vários territórios. Percebe-se que os projetos dos países desenvolvidos acabam por influenciar as idéias dos paisagistas nos países em desenvolvimento e que não existe um projeto ideal de parque que possa atender a todos os usuários e mantenedores nos diferentes países ou em diferentes cidades.
Pesquisas recentes em parques de cidades européias e americanas tratam de aspectos do comportamento e percepção. aspectos sócio- culturais e do planejamento de espaços além de enfocar a participação dos usuários no planejamento e na gestão dos parques.
Pode-se afirmar que como os projetos paisagísticos de parque variam, igualmente, as funções e os usos serão variados, pelo fato de que os projetos são pensados como resposta a funções específicas e que devem refletir o modo de vida da população.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
Flowing Shape Design
Texto: Marlem vilela
É de notar que hoje não compramos um objecto pela sua funcionalidade, mas sim pela filosofia de vida que lhe está associada.
A questão mais pertinente do ensaio de Hal Foster(Design and Crime), é a urgência da crítica. Como designers, devemos manter a necessidade de nos pormos em causa, redefinirmos conceitos, e sermos capazes de destruir para erguer ideias mais fortes e complexas.No entanto, não devemos esquecer que o design, tal como a arquitectura, para além de construírem um habitat tem como obrigação oferecerem mensagens, conceitos e mundos que possam sustentar a sociedade em que se inserem.
Luz na Arquitetura
Texto/Foto: Marlem vilela
A arquitetura tira proveito do estímulo sensorial proporcionado pela luz para compor espaços. A luz é usada na arquitetura para atrair a atenção, criar limites, volumes, colorir espaços, simular movimentos. Os espaços elaborados com soluções que privilegiam a luz natural tendem a proporcionar ambientes mais agradáveis e confortáveis e os, com soluções artificiais, em geral, resultam em espaços interativos e dinâmicos. Atualmente, a tendência mundial para o uso da luz na arquitetura, é de forma dramática e com grande apelo cênico, através do uso de cores e luz com movimento.
Percebemos a luz de duas formas: diretamente projetada da fonte para os olhos ou refletida em uma superfície.
Para a arquitetura a luz é importante desde do inicio da civilização onde temos exemplos clássicos na arquitetura grega definido pelo ritmo de suas colunas, no Panteão, templo romano encimado por uma cúpula, a iluminação provém de uma abertura circular no alto da construção, reflete nas paredes laterais e ganha uma qualidade difusa.
O Gótico, nas catedrais, as paredes não são estruturais e o vão é convertido em elemento translúcido e colorido, tornando-se agente transformador da luz. A iluminação colorida desaparece na Renascença, que valoriza a luz branca, indireta. No Barroco, a luminosidade se torna o ponto central do projeto e tudo é idealizado em função da luz.
Todos os modos e estilos de expressar o espaço através
da luz, seja definindo o limite entre o interior e
o exterior, revelando estruturas, definindo áreas ou
induzindo movimento, criam ricas experiências visuais
e revelam formas que não seriam percebidas
com a ausência da luz.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
Jeito Brasileiro de Morar; Hábitos e Costumes
ilustrações: Debret
Texto: Marlem Vilela
Se levarmos em consideração os hábitos e costumes da vida doméstica brasileira, a independência do Brasil não aconteceu em 1822, mais em 1808, com a mudança da corte portuguesa para o Rio de Janeiro. A família real veio acompanhada de mais de 10 mil pessoas, que iniciariam aqui a possibilidade de recriar um novo estilo e novos hábitos de habitar; recriar suas casas, recolocando em seu cotidiano uma forma européia de adaptar ao novo continente. Em conseqüência desses fatos, mantemos até hoje os traços dessa herança.
Com todas as intervenções dessa “Trupe Imperial”, a cara da cidade, o cotidiano das famílias , a casa brasileira mudaria para sempre.
Ao desembarcar no Rio de Janeiro, após uma longa viajem de Salvador, Dom João se deparou com uma cidade tosca, de arquiteturas simples, cercada de pântanos e mangues, ruazinhas estreitas lajeadas de pedra, esgoto a céu aberto. Erguidas com barro ou pedra as construções eram muito modestas e dividiam espaços com os conventos e igrejas , onde a decoração era mais elaborada com trabalho de talha.
Gente de hábitos modestos e simples povoavam aquele lugar. As mulheres dos colonos viviam reclusas , suas atividades se resumiam ao serviços domésticos. Não havia vida social.”Vem do período colonial o hábito das mulheres ficarem nas janelas, um hábito que persiste até hoje nas cidades pequenas”. A partir desse encontro com a cidade, Dom João tomaria providências imediatas para a espera da Família real, as casas ganhariam cores novas e novas fachadas, o espaço urbano teria que se adaptar para as novas carruagens, tudo para dar á cidade o aspecto de Capital do Império. Contudo dá-se inicio a um novo ritmo á cidade, a partir de 1808 e 1809 nada menos que 100 empresas se estabeleceriam no Rio de Janeiro fazendo proliferar ali novos ofícios.
Na bagagem da corte vieram os primeiros móveis e objetos para acomodar vários novos hábitos.
Armários em Jacarandá, guarda-louças, papeleiras, cristaleiras, Candelabros e lustres de cristais franceses. Então,“Surge a Sala de jantar e a sala de visita – Os primeiros ambientes que seriam supostamente planejados.
Os estilos se sucedem: começa com o neoclassicismo - que inclui o sheraton brasileiro (período de Dona Maria I) e o império brasileiro -, seguido pelo neo-rococó (ou Luís Felipe), junto com o hibridismo brasileiro, depois vem o ecletismo brasileiro (neogótico, neobarroco). Há inúmeras manifestações artísticas, todas buscando reviver os estilos antigos, numa grande mescla de influências. O que sempre marcou a casa brasileira, no entanto, desde os primórdios até o modernismo de Niemeyer, foi a austeridade no jeito de morar. O mobiliário era sinal de poder e de atualização com o novo estilo de vida.
A vida social, antes restrita às festas religiosas, se torna efervescente: acontecem saraus, as festas oficiais da corte, o Teatro São João é inaugurado pelo príncipe regente e nele têm lugar noites de gala. "Isso exigiu que homens e mulheres tivessem roupas e adereços de melhor qualidade".. A cidade recebe uma verdadeira avalanche de costureiras francesas e alfaiates ingleses. Os cabeleireiros franceses fazem com que as mulheres comecem a cuidar das melenas, que eram enfeitadas com jóias, à maneira européia.
A moda, vinda de Portugal, é de inspiração francesa ! .
Apesar de todo o rebuliço e da velocidade com que se adotaram modismos e novos estilos, a sofisticação veio gradualmente. Quando dizemos que a sociedade se sofisticou é porque parou de comer com a mão para comer com o talher, trocou o prato de barro pelo prato de porcelana, a esteira pela cama. Foi o início de um processo que daí em diante não se deteve mais. Mas a verdadeira sofisticação, da forma como a entendemos modernamente, só se implantou bem depois, no fim do século 19.
A partir daí as primeiras décadas do século XX, são então marcadas por uma intensa circulação de objetos importados e mudanças na construção de residências. Influenciadas por um discurso governista que buscava implantar a modernização do espaço urbano, famílias abastadas procuram aprimorar seus espaços domésticos com elegância e adquirir mobiliário luxuoso, louças de porcelana e de cristal. Desejos de se integrar a uma sociedade burguesa novamente em formação, os habitantes buscavam, por meio desses bens e de novos padrões de moradia, assimilar práticas culturais europeizadas, herança de um período
monárquico que se aderiu de vez nos nossos hábitos e determinou a nossa cultura social.
domingo, 18 de abril de 2010
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Design - Eero Aarnio - Ball Chair
Texto: Marlem Vilela
Autor de idéias 'futurísticas' para a época e hoje dotadas de um inegável charme retrô, as peças de Aarnio estão totalmente presentes em nosso imaginário do design. Suas criações já serviram como cenários para filmes de ficção científica.
Aarnio nasceu em 1932. De 1954 a 1957 estudou no Instituto de Artes Industriais de Helsinki e cinco anos depois inaugurou seu próprio escritório, trabalhando como designer industrial e de interiores.
Empenhado em criar novas idéias de mobiliário, Aarnio foi um dos pioneiros no uso de plástico. Desenhou as banquetas Mushroom em 1962. No ano seguinte apareceu com uma de suas mais famosas criações, a cadeira Ball, que inovava pelo uso do material (fibra de vidro) e por sua própria forma.