O Edifício Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, é um marco da arquitetura brasileira, não só por suas características técnicas mas pelo contexto histórico e político que permitiram a sua construção. Em meio à crises políticas, passando pela Revolução Constitucionalista de 1932 e as ofensivas dos partidos comunistas no período, o governo Getúlio Vargas buscava construir um estado moderno e progressista. Neste sentido, o modernismo de uma forma geral e a arquitetura moderna em específico viriam a se tornar sinônimos, do ponto de vista ideológico, de um Estado moderno, centralizado e eventualmente autoritário e eficiente. Gustavo Capanema Filho, então Ministro de Educação do governo Getúlio Vargas nos anos 30, havia formado um círculo próximo de assessores intelectuais como Mário de Andrade, Cândido Portinari, Manuel Bandeira, Oscar Niemeyer, entre outros. No projeto de criar uma "catedral da moderna arquitetura mundial" deixou de lado uma licitação ganha pelo arquiteto Archimedes Memoria para entregar o projeto do prédio a um grupo de arquitetos modernistas liderados por Lúcio Costa. O projeto viria a ser supervisionado por Le Corbusier, convidado para prestar consultoria ao grupo. A construção do Palácio Capanema começou em 1937 e foi concluída em 1944, mas o edifício só foi inaugurado em 1945, após a queda do Estado Novo. Gustavo Capanema já não era mais ministro. Mas os jardins de Burle Marx, os paineis de Portinari e os pilotis modernistas desenhados por Lúcio Costa e seu time seguem imponentes no centro da Cidade Maravilhosa.
Video produzido por SESC TV
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