arquitetar

"Procurar as orgânicas,os movimentos espontâneos,isto é, compreender a natureza para depois demarcar na geografia.A construção também tem que ser uma desconstrução.É necessário reflectir e inflectir.Procurar estar na essência da geometria.Resolver, encontrar o arco, ligar dois pontos, enfrentar um projeto e uma ideia, empreender uma lógica, um mundo."

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Exposição revela a essência dos trabalhos do arquiteto Kengo Kuma

A exposição Kengo Kuma - Eterno Efêmero traz a essência do trabalho de um dos arquitetos mais inventivos do Japão. Responsável pela reforma do prédio que abriga a JAPAN HOUSE São Paulo, na Avenida Paulista, Kuma assina outros inúmeros e projetos pelo mundo, já concluídos ou em andamento, como o Estádio Olímpico de Tóquio para 2020.
A essência do trabalho de Kengo Kuma está na utilização da tradição construtiva japonesa e de técnicas artesanais como base para criar desenhos contemporâneos e inovadores, atrelados ao constante uso do espaço, da luz natural, de elementos orgânicos e valores como o respeito aos materiais e a forma como são utilizados. O resultado são projetos com forte personalidade, que vêm conquistando admiradores em todo o mundo. Kuma acredita na importância de não deixar que a arquitetura se imponha sobre a natureza ou ao meio a sua volta, mas que se integre a eles, sem ofuscar.
No Japão, edificar está diretamente relacionado ao Ma – palavra japonesa que pode significar "intervalo", "espaço", "tempo" ou "distância entre duas partes estruturais". É a criação de espaços vazios, de lugares propícios para que algo potencial aconteça. Oriundo do país onde os terremotos são eventos corriqueiros, o conceito de eterno não está na manutenção dos materiais ou do edifício em si, mas na técnica utilizada para a construção que, com o tempo, pode sofrer desgastes. Por isso é tão importante preservar a técnica e a memória, o que Kengo Kuma faz em seu trabalho ao incorporar o bambu, o washi(papel japonês) e a técnica sukyia de construção em madeira, sempre privilegiando o orgânico frente ao sintético.
A exposição ocupará o andar térreo da JAPAN HOUSE São Paulo até o dia 11 de setembro. Entre os trabalhos apresentados, estarão três construções do arquiteto – Fuan, Tsumiki e Cobogó Pavilion. O Fuan é uma casa de chá feita a partir de um enorme balão flutuante, coberto por um tecido extremamente leve que pesa apenas 11g por metro quadrado e que, de acordo com a lenda japonesa, está presente na túnica celestial de um anjo. Este projeto é a perfeita expressão da ‘não construção’, da arquitetura temporária, que permite o deslocamento pelo vento e ser levado para onde quiser.





Tsumiki é um conjunto de peças de madeira que se encaixam como um brinquedo de montar. Projetados principalmente para crianças, são feitos em cedro de 7mm de espessura e com design capaz de criar diferentes arquiteturas, possibilitando a construção de formas flexíveis. Durante todo o período da mostra, haverá tsumikis menores para brincar no Jardim Japonês, no térreo da casa. Já o Cobogó Pavilion é uma escultura permanente inspirada no cobogó brasileiro, elemento construtivo vazado criado no Recife nos anos 30 e batizado com a junção da primeira sílaba dos sobrenomes de seus criadores, os engenheiros Amadeu Oliveira Coimbra, Ernesto August Boeckmann e Antônio de Góis. A obra ficará exposta no Sotodoma e, ao final da exposição, será transferida para uma praça no Jardim Europa, na cidade de São Paulo.

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