Em meados dos anos 2000, as principais investigações do studio mk27 se centravam na composição espacial de caixas com janelas em fita e no desenho da fachada a partir da profundidade das aberturas em relação ao plano externo.
Explorando a tipologia habitacional da townhouse (casas urbanas verticalizadas, geralmente, com térreo e três outros andares), o projeto da Casa D desaparece com essa espessura visível da parede no exterior. Repetições meticulosas sobre o tema de caixas prismáticas ganham então outros contornos: aberturas – como janelas e portas – dão lugar na fachada a planos puros de um mesmo material (nas faces leste e oeste, a madeira; nas demais orientações, concreto).
O desenho volumétrico se torna um raciocínio arquitetônico baseado em planos a definir uma radical pureza formal para o exterior. Brises ocupam toda a fachada, de cima embaixo, e podem ser totalmente abertos, enquanto os caixilho e aberturas estão escamoteados por baixo dessa pele de madeira.
Ao passar pelo portão frontal de aço corten da rua, chega-se a um jardim arquitetônico que funciona como um espaço de recepção: um pátio com piso de mármore e uma pitangueira. A transição espacial até a sala se completa por uma varanda definida por um balanço de 2,5m do volume superior. A entrada da casa é sempre feita através de duas grandes portas ‘piso-teto’ de vidro. Esses caixilhos deslizantes se embutem totalmente na parede para assim diluir divisões entre interior e exterior.
Gabriel Kogan
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