O grande declive do terreno em relação ao fundo do lote e o desnível de mais de dois metros entre os limites laterais direcionaram a implantação da casa. A proposta parte do desenho da área de ocupação conforme os afastamentos determinados e define dois níveis internos segundo a cota mais alta to terreno e a cota mais baixa da projeção de construção. O objetivo foi criar uma promenade architecturale que pudesse exacerbar a percepção de algumas características do terreno: sua topografia, sua luz natural e vistas específicas para o entorno.
A altura máxima do perímetro do volume é constante enquanto alturas internas do teto cobertura foram definidas segundo as alturas internas desejadas. O acesso principal de é feito através de uma rampa sob uma cobertura que “comprime” o pé-direito em direção ao centro da casa, aumentando-o novamente em direção aos fundos do terreno. A inclinação de teto que resulta dessa operação é repetida nos beirais dos quartos, localizados no nível superior. Vistas específicas da área externa são emolduradas através da criação de aberturas no topo da escada (uma vista para o vale distante) e em uma janela alta na esquina da sala (a copa de uma árvore próxima). Todos os banheiros têm claraboias que proporcionam ventilação e luz naturais. Uma claraboia linear marca o ponto mais alto do teto da sala.
O espaço público criado entre os volumes recuados da fachada frontal funcionam como a interface entre a casa e a rua: não há janelas ou qualquer abertura aparente além das três portas brancas que variam de tamanho conforme sua função: o acesso direto aos quartos, o acesso de serviço e o acesso principal. O caráter “abstrato” da fachada frontal se contrapõe aos grandes panos transparentes da fachada posterior, abertos para o quintal e para a vista.
Fotografias: Joana França
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