arquitetar

"Procurar as orgânicas,os movimentos espontâneos,isto é, compreender a natureza para depois demarcar na geografia.A construção também tem que ser uma desconstrução.É necessário reflectir e inflectir.Procurar estar na essência da geometria.Resolver, encontrar o arco, ligar dois pontos, enfrentar um projeto e uma ideia, empreender uma lógica, um mundo."

domingo, 11 de abril de 2021

Habitação Bioclimática em Tenerife / Ruiz Larrea y Asociados, Espanha



Trata-se de uma habitação unifamiliar dentro do conjunto de protótipos realizados no parque eólico de Granadila.
Os dados mais relevantes para a sustentabilidade estão relacionados ao desenho de elementos passivos projetados. A ótima orientação, a utilização de materiais do entorno e sem custo energético na origem: Pedra Tosca vulcânica, madeira de riga reciclada, vidro, concreto abujardado e pedras basálticas no vãos, isolamentos, impermeabilizações, etc.
Não possuí calefação, nem climatização devido às condições climáticas amenas. Sua ênfase bioclimática está no controle da renovação de ar e o controle hidrotérmico do mesmo, assim como a integração paisagística ao entorno e o aproveitamento das energias eólicas do parque para o consumo da habitação.

Memória
A habitação explora as vantagens bioclimáticas de uma estrutura agrícola suficientemente validada do tempo e do espaço, como as Gerias canárias para a produção de vinho do país.
Formas ótimas pensadas a fim de se defender de uma alta e constante pressão do vento – o círculo-, otimização das orientações e materiais locais, assim como sistemas de inspiração conceitual nas relações espaciais, compositivas e paisagísticas da peça.
As paredes de folha dupla, de pedra tosca do lugar, são apoiadas diretamente no terreno permitindo que a câmara de ar interior funcione como distribuidor térmico do ar fresco do terren, mediante o succionamiento na cabeça superior pelo efeito Venturi, criado pelo aquecimento por radiação dessa cabeça.
Uma cobertura de laje de concreto com uma capa vegetal e plantas trepadeiras nativas, que se mantêm úmida com o sistema de gotejamento, favorecendo a evaporação da mesma, e, portanto, garantindo a temperatura interior da massa de concreto evitando o efeito de resposta radiante ao interior de massas de muita inercia, expostos a insolação excessiva.
O forjado de madeira, com câmara direta, ventilada sobre o solo escavado e umidificado igualmente pelo gotejamento.
Caixa biotérmica com a incorporação de um kit de projeto, com vontade de ser industrializado, de um pacote de depósito acumulador de 2000 litros de água de chuva para a utilização de águas.
Circuito de instalação de painéis de ACS, grupo de bateria e alternadores para os painéis fotovoltaicos incorporados às marquises dobráveis da entrada sul (não foram instaladas, devido ao fato de que habitação utiliza a energia dos moinhos eólicos do parque).

Materiais locais
Pedra Tosca, Basalto moído para agregados, como para o isolamento térmico.
Pozolanas vulcânicas como material isolante e revestimento das coberturas. Madeira tratada de morera canária de registro controlado, plantações nativas no espaço da geria (Tabaibas, Cardones, etc.).
Na realidade a habitação é o espaço flexível e transformável que existe entre uma marca geométrica muito contundente com o terreno e os sistemas passivos que tentam potencializar a renovação de ar, dirigir e controlar as brisas frescas do mar, garantir sombra fresca e assim evitar a acumulação térmica dos materiais e, na realidade, produzir de uma maneira tremendamente natural, as condições de conforto que a natureza do lugar nos proporciona quando sabemos utilizar com sensibilidade.

               



















2 comentários:

  1. Um projeto desses merecia mesmo ser imortalizado com desenhos à mão!! Que maravilha de desenho! Quanta delicadeza. Emocionante.

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  2. lembrei de você Euzébio... Desenhos a mão, imortais...

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